Lutamos o tempo todo, corremos contra o tempo se preciso for, e queremos a todo custo ter o controle em nossas mãos. Começamos pelo controle remoto da tv, pelo alarme do carro que abrimos a uma distância considerável, pela cafeteira que programamos e a mesma liga na hora correta.
Tudo nos parece perfeito até nos depararmos com a perda de alguém que nos é querido. Então perdemos o controle, o chão se abre... O ar nos falta... Tudo é escuridão.
A morte acaba com a concepção de controle. Nesse momento de nada adianta o dinheiro, a fama, o luxo, o poder... Tudo foge de nossas mãos...
Nós, que nos achávamos no controle da situação, nos vemos impotentes.
A boca amarga, o peito aperta, as mãos estão frias e úmidas. O que fazer? O coração sangra e a dor nos consome...
Diante desta situação, talvez o melhor seja nos fecharmos, como um “cofre”, que friamente se mostra forte. Através de seu aço, nos protegemos e afastamos do contato qualquer um que se aproxime. É melhor nos mostrarmos fortes. A sociedade não está preparada para aceitar a fragilidade alheia. No entanto percebemos que como o “cofre” também estamos endurecendo. Tudo parece muito distante de nós... Os remédios que antes nos traziam o sono, agora também já não têm o mesmo efeito.
Com certeza você já passou ou presenciou alguém nesta situação. O que fazer? Como ajudar?
“O luto é uma experiência única e pessoal”, cada um tem sua forma de passar por ele. Uns com o apoio da rede familiar e de amigos superam essa fase com mais facilidade, outros, por acharem que o melhor é se transformar em “cofres”, transformam seu momento em um luto crônico, chegando muitas vezes à depressão profunda com perdas ainda maiores.
Apesar de difícil, este momento tem de ser enfrentado, compartilhado, o mesmo tem que ser vivido e experimentado.
Somente “O dono da dor sabe o quanto dói”, no entanto podemos nos deixar ser ajudados por alguém que tenha compaixão de nossa dor. Dor compartilhada é luto trabalhado.
O fim do luto se dá quando ”quem se foi está em paz dentro de nós”. A saudade existe, mas é uma saudade das lembranças agradáveis, do que vivemos juntos e não há desespero nessa saudade.
A terapia de luto muito pode ajudar no enfrentamento deste momento.
Procure ajuda!
Dra. Sílvia Catin
OAB/SP 172.238
Pós-graduanda em Terapia Familiar – UNIFESP
Especialista em Terapia de Luto
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