quinta-feira, 24 de maio de 2012

FAMÍLIAS ADOECIDAS


Século XXI, ano 2012, globalização, informatização... Às vezes, temos a impressão de que a notícia acontece até mesmo antes dos fatos! 
Amigos? Muitos. Virtuais! Conversas? A todo instante. Pela internet!
E aí olhamos para as pessoas e o que conseguimos ver são pessoas extremamente vazias. Com muitos contatos, mas vazias em sua essência de vida.
  Os relacionamentos cada vez mais rápidos, mais superficiais, geram frustrações na alma. Existe a busca incessante por algo que não pode ser preenchido pelo número de amigos que se consegue no Facebook.
A família, “célula maior” de uma sociedade, encontra-se adoecida. O pai tem stress ou transtorno de humor, a mãe depressão, os filhos têm déficit de atenção ou hiperatividade. Todos esses diagnósticos, ao invés de serem rigorosamente apreciados por um médico capacitado, são tidos como rótulos por uma sociedade que prefere buscar no sintoma a desculpa por algo que é somente a ponta do iceberg. Nesses casos, negligenciando as relações dentro do convívio familiar, a família necessita, muitas vezes, de um paciente identificado, para que a relação continue, mesmo que adoecida.
Quantos casais vivem momentos difíceis nos quais o diálogo e o respeito, há muito, passaram a ser “artigo de luxo”?
Em vez de buscarem a ajuda de um profissional capacitado, esses casais preferem simular uma relação que já não existe e o reflexo disso, muitas vezes, é apreciado no comportamento dos filhos, que se tornam inseguros, agressivos e, até mesmo, chegam a procurar no álcool e nas drogas a compensação por momentos não vividos em família.
Os pais, de algumas décadas atrás, não tinham a receita certa para a educação dos seus filhos, erros eram cometidos, mas esses pais tinham segurança nessa educação. Eles tinham a certeza de que educavam da melhor forma possível e esta certeza, de alguma forma, era positiva na formação dos filhos. 
  Hoje, o que vemos são pais “perdidos” quanto à forma de educar. Muitas vezes, temos dificuldade em saber quem é o pai e quem é o filho. Entretanto, antes de olharmos para o sistema pai e mãe, é preciso que olhemos para o casal – o marido e a mulher.
                 Se, como casal, não conseguimos nos entender, se não conseguimos mirar na mesma direção, com os mesmos valores, como podemos falar em educação?  
           Antes de usarmos, constantemente, a “queda de braço”, para conseguirmos ter razão, é necessário a reflexão quanto ao nosso papel dentro desse sistema familiar, no qual o casal que fala a mesma língua e que se respeita consegue, com certeza, conduzir de forma mais equilibrada essa grande missão, como pai, como mãe e, antes de tudo, como casal.
“Família, grupo de indivíduos ligados por laços afetivos que se relacionam entre si e que não é medida pelo número de membros que possui, mas pelo forte vínculo que os une”. 




Dra. Sílvia Catin
OAB/SP 172.238
Pós-graduanda em Terapia Familiar – UNIFESP
Especialista em Terapia de Luto

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